sexta-feira, 16 de abril de 2021

O GENOCÍDIO PROGRAMADO DO RETORNO DE AULAS PRESENCIAIS

 


Desde as últimas eleições o alerta já se acendeu sobre o perigo dessa nova legislatura da Câmara Municipal de Goiânia altamente conservadora e agora temos a cereja do bolo com um Prefeito embrenhado em pauta religiosa e negacionista.


Mas a situação não vai ficar feia devido à força do Prefeito, vai ficar feia por causa do incrível sofrimento e omissão do povo nessa atual conjuntura de pandemia.


O prefeito é muito fraco e está apenas usufruindo dos resguardos do poder. Está blindado de tudo quanto é lado. Tem a Câmara conservadora quase toda nas mãos.


São fracos quando comparados a força popular.


Estão apenas nadando de braçada no sofrimento, omissão e silêncio popular.


 O prefeito não tem a força política de um Íris, de um Maguito ou de um Caiado. Mas ele tem a Câmara Municipal nas mãos como seus lacaios. 


Aparelhou a prefeitura com a Igreja Universal, e em “Nome de Jesus” trocou favores e cargos com Deus e o diabo pra manter sua governança.


A Câmara Municipal não irá vetar nada que venha dele, vai passar tudo!


A última foi um projeto genocida que prevê o retorno dos trabalhadores em educação ao atendimento presencial independente da gravidade da situação pandêmica.


Ora, se isso não for genocídio programado em nome do “santo” interesse do mercado, é no mínimo desumano e repugnante a atitude tanto da Câmara quanto do Prefeito.


Não podemos permanecer reféns de um negacionista religioso e de um bando de aproveitadores que se utilizam de uma situação de calamidade dessas pra manter interesses de mercado.


Será que esse absurdo projeto aprovado pela Câmara de retorno independente da gravidade da situação é a sinalização de uma queda de braço com os trabalhadores?


Uma tentativa de marcar território e mensurar o nível de resistência da luta em início de governo?


Esses questionamentos parecem razoáveis tendo em vista a reforma administrativa que vem pela frente.


Reforma, esta, que não é apenas uma pauta bolsonarista, é uma pauta de Paulo Guedes em sua escalada para por fim à estabilidade do servidor público.


Estabilidade, esta, que é o grande temor dos governos autoritários, visto que impede o seu aparelhamento institucional e assim trás equilíbrio pra democracia.


Se assim o for, não há outra alternativa para os trabalhadores da educação. Ou a categoria bate de frente mesmo e bate forte, ou ele virá atropelando com essa reforma administrativa e pondo fim a direitos constitucionalmente previstos.


Enquanto isso os professores estão sobrecarregados no trabalho virtual.


Nunca pararam de trabalhar, pelo contrário, estão trabalhando muito mais e além do seu horário de trabalho na tentativa de minimizar o possível as perdas desse período tão difícil.


Foram entregues à “boa e velha” burocracia quando o cheiro da indignação coletiva começa a se espalhar.


Planejamentos, cursos, planilhas, reuniões, correções e atendimentos sem fim, feitos exclusivamente para a promoção do desânimo até ficarem exauridos e sem as forças para pensarem e compreenderem a o absurdo e a injustiça de sua própria condição.


A burocracia cumpre muito bem esse papel. É uma grande aliada dessa letargia política.


Na mitologia grega “O mito de Sísifo” mostra isso muito bem.


Os deuses condenaram Sísifo a empurrar diariamente e por toda a eternidade uma enorme pedra morro acima. Ao chegar lá em cima, a pedra resvalava e caía novamente. Sísifo então parava, olhava a pedra caindo e descia novamente para recomeçar o martírio.


Os deuses entendiam qua não havia punição maior do que o TRABALHO SEM SENTIDO.


O trabalho que nada produz, que nada melhora, que nada alcança, que nada avança, que não tem perspectiva alguma.


A salvação de Sísifo estava na sua “PAUSA”. Quando ele parava e olhava a pedra caindo, conseguia pensar na sua própria condição. Esse era o momento de libertação do Sísifo.


É momento de como categoria de trabalhadores, pararmos e pensarmos na nossa própria condição.


A condição de trabalhadores que estão sendo entregues à morte e feitos reféns de um governo negacionista embrenhado e aparelhado em pautas religiosas e conservadoras e que não refugará na sua empreitada de ataques aos direitos dos trabalhadores.

Avante!

VACINA PARA O POVO JÁ!