domingo, 11 de outubro de 2020

Camponeses do acampamento Tiago dos Santos em Rondônia são despejados co...





O Simsed vem a público, repudiar a ação covarde do estado de Rondônia com anuência do governo Bolsonaro/Generais, que despejou com o uso de spray de pimenta e bombas de efeito moral mais de 600 famílias de camponeses pobres em luta pela terra. Graças ao apoio nacional e internacional que os camponeses receberam,  uma chacina foi impedida. 

Os camponeses do acampamento Tiago dos Santos, da região de Porto Velho, Rondônia, organizados pela LCP (Liga dos Camponeses Pobres) estavam sitiados por um contingente repressivo, tendo cerceados o seu direito básico de ir e vir e  impedidos de receberem alimentos para sua sobrevivência básica. Foram mais de 600 famílias despejadas, aproximadamente, 2000 pessoas, que viviam e trabalharam nessa terra desde 2016, inclusive idosos e crianças. Exigimos que essas famílias sejam reassentadas. 

Por conta de uma montagem grosseira, os camponeses estão sendo  criminalizados pelo estado, com apoio da grande imprensa monopolista e de setores da classe dominante, sob a acusação de assassinato dois policiais militares.

Os fatos históricos mostram a injustiça dessa acusação, que tem como objetivos a criminalização da luta do povo e a tentativa de demonizar a luta justa pelo direto à terra.

Estavam preparando mais um massacre contra os trabalhadores/as e lutadores/as do povo, como fizeram em Colniza/RO, Corumbiara/RO, Eldorado dos Carajás/PA, Pau d'Arco/PA, Forkilha/PA, entre outros, porém dessa vez, tentando fazer de forma legítima. A solidariedade nacional e internacional impediu que isso acontecesse. 

A área ocupada, há 4 anos, por essas famílias, foi grilada de forma criminosa e ilegal, pelo latifundiário Antônio Martins dos Santos, conhecido como "Galo Velho". Esse latifundiário foi preso, junto com o seu irmão, Sebastião Martins, em julho deste ano, acusados por formação de quadrilha, por compra de documentos falsos para roubar terras públicas e por compra de sentenças dando as terras improdutivas como produtivas.

Também é importante ressaltar que o atual Secretário de Segurança Pública, coronel José H. Cysneiros Pachá, foi um dos responsáveis pelo Massacre de Corumbiara de 9 de agosto de 1995. 

Como também, no início de 2000, três camponeses haviam sido acusados e presos pelo assassinato de funcionários  (pistoleiros) desse mesmo "Galo Velho". No julgamento, após 4 anos de cadeia, os camponeses foram absolvidos, pois ficou provado que o assassinato fora um acerto de contas entre a pistolagem e o latifundiário, sendo que ficou comprovado também, que policiais do estado trabalhavam de seguranças para o latifúndio da região e ainda seguem trabalhando.

A luta pela terra em nosso país é justa e legítima. Os camponeses pobres tem sido expulsos do campo diariamente pelos grandes latifundiários, que ampliam suas terras para servirem ao agronegócio na criação de gado, plantação de soja, sorgo e tantas outras plantações de monocultura. São esses os atuais responsáveis pelas queimadas atrozes no Pantanal e na região  Amazônica. Essas monoculturas não beneficiam o povo brasileiro, são exportadas e geram lucros para o pequeno grupo que produz e para os países imperialistas. Quem produz o alimento que vai para a mesa do povo são os pequenos e médios camponeses.

Para onde essas famílias vão agora? Para as periferias da cidade? Aumentando o recorde histórico de desemprego e de miséria? Enquanto as terras que serviriam para a subsistência de milhões de pessoas, são acumuladas nas mãos de poucos latifundiários, com a anuência de Bolsonaro e generais que comandam o país. 

É preciso a solidariedade de todos/as os/as trabalhadores/as da cidade, em defesa dos camponeses pobres e com pouca terra, em defesa de uma distribuição justa de terra, contra os mandos e desmandos do latifúndio, causador de grandes incêndios no Brasil inteiro.


TODA NOSSA SOLIDARIEDADE AOS CAMPONESES POBRES!!!
ABAIXO A COVARDIA DO ESTADO E DO LATIFÚNDIO!!!
TERRA PARA QUEM NELA TRABALHA E VIVE!!!