domingo, 12 de julho de 2020

PLATAFORMA E CURSO SME EM CONEXÃO: ANÁLISE DO SIMSED


Plataforma e Curso SME em Conexão

Proposições para o Debate:

1-    Decisão arbitrária da SME/GYN, pois em nenhum momento houve consulta aos Profissionais de Educação que estão atuando em sala de aula nas escolas e com a comunidade. Dessa forma, não estabeleceu o diálogo democrático com a categoria de profissionais, impondo de forma autoritária sua proposta, obrigando a participação de todos.


2-    Dispensa dos contratos temporários e das DOBRAS através do Decreto 896/2020, para substituí -los por uma Plataforma, que custou milhões.

3-     Falta de transparência ao valor/custo dessa Plataforma sem qualidade, que não contempla às necessidades reais da comunidade. Dinheiro esse que deveria ser usado para manter o salário dos contratos e das dobras,  ao invés de descartá-los em plena Pandemia como se os mesmos não fossem importantes para as escolas e desconsiderando também o sustento das famílias dessas Trabalhadores/as. Verba que também deveria ser utilizada para o pagamento da data-base dos trabalhadores administrativos, cujo salários estão defasados mediante o aumento da inflação.

4-    Desorganização e despreparo por parte da SME para manter a data de início e término do Curso para os Professores, alegando inúmeros problemas técnicos.

5-    Péssima qualidade, pois seu conteúdo e forma foram infantilizados através da vinheta de abertura com música e desenhos bem infantis, dessa forma nem parece que o curso é para o Magistério,  constituído de Profissionais adultos, sérios e concursados, ou seja, Professores. Além disso,  a abordagem teórica apresentada foi bastante superficial, ensinando apenas a estrutura técnica para a elaboração de plano de aula conforme a BNCC.

6-    Debate importantíssimo sobre a BNCC, pois essa proposta de ensino tem o objetivo de “padronizar" os conteúdos a nível nacional e monitorar o que se debate em sala de aula, cerceando, assim, o princípio da autonomia do Magistério. O Simsed estuda aprofundar esse Debate nas próximas Lives que irá transmitir em sua página no Facebook, já que se trata de um tema bastante complexo.

7-    Precarização em cima da precarização, quando percebemos em um dos vídeos do curso que aqueles atores contratados pela SME não conseguem omitir a falta de recursos que existe na Rede. O papel da Prefeitura é oferecer recursos adequados e suficientes para se trabalhar com qualidade, mas no vídeo foi até citado a possibilidade de se realizar atividades pedagógicas com sucatas ou latas de leite ninho.

8-    O nosso trabalho no módulo VII terá que ser aprovado por uma Curadoria, ou seja, uma espécie de “censura" para somente depois ser divulgado ou não na Plataforma. Tudo isso para controlar o Trabalho dos Professores. O que é o extremo dos Absurdos!

9-    Por fim, sabemos que são vários elementos,  vários sujeitos envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Contudo, isso que está sendo posto pela SME acaba por excluir os sujeitos mais importantes nesse processo de interação: os protagonistas, professor e aluno.

10-    Por síntese, no final das contas, a Plataforma pode ser descrita como algo morto, inerte, cumprindo o papel de uma Educação Tradicional, tecnicista e privatista, em que o aluno é uma tábula rasa que só recebe um conteúdo programado, técnico, distante da vida real do estudante. O que se transmite é controlado por uma Curadoria,  dentro dos moldes da BNCC, que se demonstra excludente e privatista, pois os recursos públicos que deveriam ser aplicados em Educação Viva, estão sendo direcionados para essas Plataformas e outras inovações tecnológicas de empresas privadas, como por exemplo: a Fundação Lemman.

A Educação Viva corresponde ao processo de ensino-aprendizagem que contempla a realidade do aluno. O aluno tende a se envolver, a ser visto, colaborativo, sente as mudanças, que são dolorosas e prazerosas ao mesmo tempo, pois há a possibilidade do amadurecimento nesse processo de compreensão das aprendizagens, visto que aprender dói, pois há de se ter sensibilidade para isso, já que somos seres humanos.

Conclusão

São 3 pautas de Luta que o Simsed defende para esse momento:
1-    Pelo fim dessa Plataforma morta, sem vivacidade,  que desconsidera o professor e o aluno e que não supre às reais necessidades da comunidade que sofre com a Pandemia.
2-    Pelo contato e convívio imediato entre Professor e sua turma através do  recurso mais viável possível que o aluno possa utilizar.  Assim, temos que pensar e investigar sobre novas possibilidades para garantir esse contato. Abrindo espaço também para que as/os auxiliares de atividades educativas, nas turmas onde trabalham, colaborem junto com as professoras e professores regentes nesse momento de planejamento das atividades e contato com os alunos.
     Nesse sentido, em Aparecida, os professores estão trabalhando através de grupos de Whatsapp. Por esse meio, se garante o contato com o aluno, servindo como um paliativo mais atrativo do que a Plataforma. Porém o vínculo criado à distância,  jamais deve ser considerado integralmente como dia letivo, pois também não representa completamente a Educação Viva.
É o que pode ser realizado nesse momento de isolamento social devido à Pandemia.
3-    Por fim, segue a nossa luta de sempre que é a diminuição de alunos por sala, mais investimentos diretos nas escolas e para os alunos. O que a EAD propõe é justamente o contrário,  ou seja, que se aumente a quantidade de alunos por turma para se obter lucros e mais lucros para os cofres da Prefeitura e das empresas privadas.
Portanto, baseando-se na estimativa de que a Rede Municipal de Ensino Goianiense é constituída por aproximadamente 107 mil alunos e 14 mil professores, podemos deduzir que essa Plataforma não comporta essa demanda de alunos e professores acerca de um processo vivo de ensino-aprendizagem com eficiência e qualidade.