segunda-feira, 10 de setembro de 2018

SOB MANOBRAS, TRAIÇÕES E RESISTÊNCIA, A PREFEITURA APROVOU A REFORMA DA PREVIDÊNCIA EM PRIMEIRA VOTAÇÃO

O dia 06 de setembro de 2018, foi um dia para não ser esquecido. Marcado por conflitos, angústias, tensões, traições, entre outros. Porém, precisamos tirar lições de todos esses acontecimentos para avançarmos na luta.

Em primeiro lugar, temos que deixar claro que foi a resistência do servidor que fez com que o Estado demonstrasse a sua verdadeira natureza. A classe dominante local, unida ao prefeito Iris e a Câmara Municipal de Goiânia, realizaram grande pressão sobre os vereadores, para garantirem a aprovação da Reforma Previdenciária.

As principais organizações patronais, como a ACIEG, CODESE, SINDUSCON, foram pessoalmente cobrar um posicionamento dos vereadores. Inclusive, depois apareceu nas redes sociais um áudio do presidente do IPSM, Sílvio Fernandes, agradecendo o apoio dos empresários pela aprovação dessa matéria.

Também não podemos esquecer o papel nefasto que teve parte da imprensa goiana, particularmente o Grupo Alves de Queiroz, com o Jornal do Meio Dia, que lançou matérias manipuladoras, com o objetivo de jogar a população contra os servidores.

Assim também, foi o papel do Ministério Público, onde o promotor Fernando Krebs foi para a imprensa justificar a reforma da previdência e elogiar o prefeito de Goiânia.

Para garantir a aprovação de qualquer forma e reprimir os servidores, um verdadeiro aparato de guerra foi convocado para a proteção da Câmara. Na porta da Câmara, mais de 15 viaturas da guarda municipal. Dentro, soldados da PM, da guarda, tropa de choque, cavalaria e P2. Um verdadeiro aparato de guerra contra o servidor.


Para entrar no Plenário da Câmara, que é um espaço público, as servidoras e os servidores foram submetidos a passar por um cordão de dezenas de policiais que faziam revistas em bolsas, mochilas e até as garrafas de água foram retiradas.

Lá dentro, nas galerias, em frente ao Muro de Vidro, que representa o Muro da Vergonha, o Apartheid, que serve para separar o povo dos vereadores, estava também cercado por guardas municipais e policiais militares.

Ali todos presenciaram uma peça teatral, em que os personagens representavam astutamente seus papéis ao comando do patrão Iris Rezende, dos empresários e dos meios de comunicação lacaios. Isso mesmo, como o SIMSED já havia advertido, os vereadores dessa cidade entendem que o prefeito é o patrão deles e não o povo!

O SIMSED já havia alertado que se o projeto chegasse a ser votado em plenário, o prefeito teria todas as condições de aprova-lo, pois possui muita margem de manobra e negociata com os vereadores. Por isso foi um equívoco a tática dos sindicatos pelegos em apresentar emendas e não lutar pelo arquivamento, pois isso contribuiu para que a prefeitura pudesse vencer os prazos da CCJ e o presidente da Câmara pudesse avocar para o plenário e garantir a aprovação da reforma.

 A sessão da Câmara foi interrompida duas vezes para a abertura de negociação do Paço com os vereadores. O secretário Paulo Ortegal chegou a se reunir com vereadores à portas fechadas antes da abertura da votação, até conseguir a maioria dos votos pela aprovação.

É preciso destacar o papel do vereador, ex-presidente do SINDIGOIÂNIA, Romário Policarpo. Esse sindicalista havia declarado o seu voto pelo arquivamento e de última hora, depois de negociar com o Paço, votou pela aprovação do projeto e contra os servidores públicos.


Mas estamos num campo de batalha, e essa ainda não acabou! Precisamos de continuar mobilizados,  de unir forças e alternativas para derrotar a reforma e exigir o cumprimento de nossos direitos: piso, data-base, entre outros.

“Lutar não é crime”, somos trabalhadores, acordamos de madrugada para chegarmos no horário certo e cumprirmos as nossas obrigações, seja na educação, na saúde e nos diversos serviços públicos prestados ao povo goianiense e colocar essa cidade pra funcionar.

A prefeitura de Goiânia demonstrou todo o seu autoritarismo coronelista e deixou muito claro que em nenhum momento defenderá a causa popular. Aprovaram em primeira votação o nefasto projeto de reforma previdenciária, colocando nas costas do servidor a conta que deveria ser arcada pelos gestores e políticos corruptos.


Apresentamos aqui o nome dos  18 vereadores TRAIDORES dos trabalhadores servidores públicos municipais que votaram a favor da Reforma da Previdência.

1. ALFREDO BAMBÚ - PRP
2. ANDREY AZEREDO - MDB
3. ANSELMO PEREIRA - PSDB
4. CARLIN CAFÉ - PPS
5. DR. PAULO DAHER - DEM
6. EDSON AUTOMÓVEIS - PMN
7. GCM ROMÁRIO POLICÁRPIO - PTC
8. GUSTAVO CRUVINEL - PV
9. IZÍDIO ALVES - PR
10. KLEYBE MORAES - DC
11. MARKIM GOYÁ - MDB
12. OMAR CONSELHEIRO - MDB
13. OSÉIAS VARÃO - PSB
14. PAULO DA FARMÁCIA - PROS
15. ROGÉRIO CRUZ - PRB
16. TIÃOZINHO PORTO - PROS
17. WELINGTON PEIXOTO - MDB
18. ZANDER - PATRIOTA


Não vamos recuar!
Nenhum direito a menos!
A Luta não cessará!

SOBRE OS TRÂMITES DA VOTAÇÃO DA REFORMA PREVIDENCIÁRIA

A Reforma foi aprovada em primeira votação no dia 06 de setembro. Ainda ocorrerá uma segunda votação, que precisa voltar ao plenário no prazo de dez dias. Após essa segunda votação, se aprovada, o projeto irá para a sanção do prefeito.


Antes da segunda votação o projeto irá para a Comissão de Trabalho, presidida pelo vereador Izídio (MDB) e terá como relator o traíra do vereador Policarpo, do SINDIGOIÂNIA, que votou contra os servidores, além de outros vereadores que também votaram contra os servidores, como Alfredo Bambu.

Essa Comissão de Trabalho não tem o poder de arquivar o projeto, como a CCJ.

Depois dessa Comissão, o projeto volta ao plenário para a segunda votação, onde pode ser rejeitado pelos vereadores e arquivado.

DELIBERAÇÕES DE LUTA:

Após a votação na Câmara, vários pontos foram tirados para avançar na luta:
▪Intensificar a mobilização, formando equipes de visitas às escolas convocando a categoria para encorpar a luta e participar da Assembleia na quinta-feira, dia 13/09, ás 8h, na SME;
▪ Divulgação nas comunidades escolares sobre  consequências , caso a reforma seja aprovada definitivamente.
▪Denunciar os participantes deste ato nefasto;
▪Organizar meios para obtenção de um fundo de greve, para respaldar os casos mais urgentes.