quinta-feira, 24 de junho de 2021

RETORNO SOMENTE APÓS A SEGUNDA DOSE E O PERÍODO DE IMUNIZAÇÃO COMPLETA DOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO! VACINA PARA O POVO, JÁ!




Diante dos anúncios de retorno presencial em agosto, o Simsed convoca a categoria a exigir que se cumpra o período de 3 meses para a segunda dose da vacinação dos trabalhadores da educação e que se respeite o prazo de 15 dias após a mesma para a imunização completa. Também cobrar a aceleração da vacinação para o povo, inclusive para as crianças, jovens e adultos estudantes. 


Exigir também que as instituições tenham acesso e garantia aos recursos para que se implementem protocolos sanitários básicos no dia a dia escolar, tais como: máscaras PFF2 ou N95; testagem rápida; além de mudanças na infraestrutura.


É importante ressaltar que as Unidades de ensino vivem numa situação de sucateamento há anos, que nesse momento de pandemia se revela como os estudantes são acolhidos pelos governantes, em escolas caindo aos pedaços, enquanto o gordo recurso da educação é usado para outros fins. A Covid-19 escancarou uma violência estrutural que alunos e professores sofrem cotidianamente dentro das escolas. Dessa forma, torna-se praticamente insustentável garantir as condições de segurança sanitária em um retorno presencial se não houver mudanças urgentes. 


Essas demandas sempre foram cobradas e denunciadas pelos profissionais da educação em atos, manifestações e greves. 


Nesse quase um ano e meio em que as instituições de ensino ficaram com aulas presenciais suspensas, não houve melhoria alguma nas estruturas, a não ser uma pá de cal para passar a ideia de compromisso com tais protocolos sanitários.


Inclusive, algumas alterações realizadas foram na contramão, no rumo negativo, como as instalações de salas modulares em contêineres. Essas possuem janelas altas, inadequadas a altura das crianças, além de esquentarem bastante e precisarem de ar condicionado, um equipamento não recomendado nesse momento de pandemia.


Abaixo, enumeramos os problemas de quase todas as instituições de ensino da rede pública de Goiânia - certamente brasileira - que precisam ser solucionados para se oferecer uma educação digna e que se amenizem os problemas de segurança sanitária.


1. Falta de papel higiênico.

2. Ausência de sabão para lavar as mãos.

3. Não tem lavatórios.

4. Não tem bebedouros.

5. Banheiro com poucas pias e vasos sanitários, que na maioria das vezes não funcionam e faltam água.

6. Salas de aulas sem ventiladores, quando existem estão estragados.

7. Janelas antigas, de formato  basculantes, quase todas com alavancas emperradas, impedindo a circulação de ar.

8. O pé direito em muitas salas são baixos, afetando a circulação de ar.


Por exemplo: os alunos precisam compartilhar um banheiro com dois vasos e dois lavatórios de mãos. Muitas vezes esses são usados para alunos de 3 ou 4 salas, o que dá em torno de 80 ou mais estudantes dividindo banheiros nessas condições. 


Os momentos de entrada e saída das crianças nas instituições sempre foram problemáticos. Para evitar aglomeração nesse período, será necessária mais atenção, organização, além de aumentar o número de funcionários para esse fim.


A superlotação das salas, sempre sempre foi o principal entrave para o ensino-aprendizagem. Agora então, será preciso um retorno presencial escalonado, com a quantidade delimitada a partir do tamanho de cada sala de aula.


A padronização de 30% não pode ser para toda a rede, já que as salas de aulas tem tamanhos diferentes. No momento do sono em Cmeis e escolas de tempo integral, será preciso que se garanta o espaço adequado entre cada colchão. São várias as instituições em que alunos dormem amontoados, sem espaço entre um colchão e outro. 


A falta de verbas é outro grave empecilho para a realização de uma educação pública e gratuita digna. Muitas instituições fazem vaquinhas para consertos variados,  professores e funcionários retiram do próprio bolso para comprar materiais de uso pedagógico e outros. 


No último mês, as unidades de ensino passaram por adequações mínimas nas salas de aula, com marcações no chão e distanciamento de um metro e meio de mesas e cadeiras onde os estudantes ficariam, inclusive em Cmeis, o que já se comprova que o padrão de 30% não será possível em todas as escolas. Sendo que querem o retorno de 50% nos Cmeis. Totalmente irresponsável!


Também será necessário adequar lugares externos para a realização de práticas pedagógicas, como nos pátios, viabilizando tendas para garantir um espaço com sombra. Isso ainda não foi feito em nenhuma instituição que conhecemos, inclusive inúmeras delas sofrem com a falta de áreas externas adequadas para o recreio das crianças ou a realização de atividades pedagógicas. Sendo que os professores de Educação Física sequer tem espaço para a prática de suas aulas, considerando que menos de 50% das escolas possuem quadras.


Mais que tudo, exigimos um diálogo contínuo entre os trabalhadores da educação, a SME e a Prefeitura, para se discutir e avaliar os protocolos de retorno, e do plano de recuperação escolar dos estudantes, sendo que, na verdade, nesse ano e meio não houve o cumprimento de conteúdo pedagógico.


Ressaltamos que não houve diálogo algum entre a Prefeitura/SME com os trabalhadores da educação, mesmo diante de todas as nossas cobranças.


Os problemas e as soluções relativas à  educação pública e gratuita dizem respeitos aos atores envolvidos: profissionais da educação, estudantes e familiares. Não apenas aos que não vivem no chão da escola.


Portanto, reafirmamos firme e veemente: RETORNO SOMENTE APÓS A SEGUNDA DOSE E O PERÍODO DE  IMUNIZAÇÃO COMPLETA DOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO! 

VACINA PARA O POVO, JÁ! 

AVANTE!!!