sábado, 15 de outubro de 2022

POR UMA EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA QUE SIRVA AOS FILHOS DO POVO!!!


 


NÃO, À AVALIAÇÃO BIMESTRAL DA 

SME!


Neste Dia dos Professores, o Simsed saúda todas as professoras e professores e a todas trabalhadoras e trabalhadores da Educação que não medem esforços no desempenho de sua tarefa, seja em sala de aula ou fora dela, para garantir aos estudantes do povo uma educação digna e de qualidade!


Vivenciamos muitas lutas em busca de recomposição salarial, por dignidade e até pelo direito à comida na mesa de todos. INFELIZMENTE, a prefeitura continua negligenciando direitos básicos, principalmente para os administrativos, não lhes concedendo a Data-base em tempo e valores/índices justos, deixando-os numa situação de penúria. 


Contudo, vale retomar uma questão não menos grave, que é o processo de Avaliação Externa adotada pela SME, bem como a adoção da politica  mercadológica da Educação.


O SIMSED, vem desde 2017, denunciando a implementação da BNCC, e agora, com essa avalanche de avaliações impostas aos nossos alunos, sem o tempo hábil para recuperar os conhecimentos perdidos, no período da Pandemia, negligenciados e também denunciado pelo simsed juntamente com os professores da rede à época,  em que a SME abandonou os estudantes e usou de autoritarismo obrigando os professores a alimentar o Elefante Branco do AVAH. 


Vale relembrar insistentemente que fizemos inúmeras denúncias em 2020 a respeito dessa temática.


Mesmo assim, a SME, covardemente, mais uma vez, tenta jogar a culpa do baixo desempenho dos estudantes nas costas dos professores, e pior ainda, na tentativa de jogar escolas contra escolas, pressionando, sobrecarregando e adoecendo os professores de Língua Portuguesa e  Matemática, bem como jogando professores de áreas de Ciências, Geografia e História contra os primeiros e negligenciando a importância dos professores de Inglês,  Arte e Educação Física. Tudo isso com o objetivo de consolidar a proposta da BNCC, que por sua vez, obedece às imposições do Pisa, do Banco Mundial sobre os países explorados, como é o caso do nosso. 


Esse processo de avaliação externa no Brasil e da SME cumpre o objetivo do ranqueamento da concepção que traz em sua essência o ideário tyleriano, em que os testes padronizados de validação dos objetivos, desconsiderando o contexto social das escolas e de toda a comunidade escolar, além do fato de estar baseado unicamente nos escores dos testes.  A avaliação educacional brasileira sofre também uma forte influência da concepção norte-americana de caráter racionalista-cientificista de avaliação por objetivos, como também de seus métodos e procedimentos operacionais.


Esses critérios de avaliação  com ênfase nos testes e exames, apresenta avanços ínfimos, pois caracteriza-se pela ênfase nas medidas, e não no avanço dos estudantes.


"Em termos epistemológicos, convive-se com o modelo objetivista, positivista e empirista que segmenta e fragmenta a realidade." (PARENTE et al., 2014, p. 102).


A SME vem repetindo a pergunta:

- Professor(a), quais estratégias você irá propor para melhorar o desempenho de seus alunos no próximo bimestre?


O tom desta pergunta, partindo da gestão Municipal, é acusatória e negligente. 


A Resposta dos professores:


- SME, as Avaliações  que vocês estão enviando não correspondem à realidade dos nossos alunos. São anacrônicas e descontextualizadas. Os estudantes não tiveram aulas na pandemia, portanto, eles não tiveram acesso aos conteúdos prévios por 2 anos. 


Além disso, deparamos com inúmeros outros fatores de saúde pública, psico-social e econômico, que se agravaram com a pandemia. 


Dessa forma,  não é possível que os estudantes do 3° ano, por exemplo, apresentem conhecimento referente ao "corte" do segundo bimestre, se ainda não concluiram o estudo destes conteúdos,  obviamente, uma vez que estão com defasagem de 2 anos.


Portanto, SME, lhes respondemos que a nossa preocupação central não está nas notas, nem nessa competição que pretendem fazer entre nós: alunos e professores. Antes  das notas desta avaliação, vamos  seguir ensinando os estudantes, como sempre o fizemos com excelência,  dedicação e esforços, apesar das péssimas condições oferecidas pela SME. E devolvemos a pergunta: SME, o que vocês vão fazer para melhorar as condições de trabalho dos educadores, para melhorar o processo ensino-aprendizagem de todos?


A percepção da Avaliação precisa ser entendida como um processo, em que os próprios estudantes gradualmente, vão alcançando novos patamares, sem que necessariamente os coloquem na condição de competitividade e ranqueamento, pois desta forma, o que será alcançado, já sabemos: será um empurrão para fora da escola, os estudantes pobres mais negligenciados  que nunca alcançarão as metas estabelecidas pela concorrência. Não é isso que queremos para os nossos alunos e nossos filhos, filhos da classe trabalhadora.


Avaliar não é, portanto, uma tarefa somente técnica. Os estudos de natureza mais qualitativa propostos por pesquisadores brasileiros, como André (1978), Gatti et al. (1991), Goldenberg e Sousa (1979) e Luckesi (1983), procuraram se contrapor e ampliar o tratamento teórico da avaliação educacional. No entanto, há muito a se caminhar na direção da constituição de um processo avaliativo capaz de superar as consideráveis críticas que ainda recebem e tragam contribuições no sentido de valorizar os atores do processo educacional. (SOUSA; FERREIRA, 2019, p. 15). 


Assim, vimos manifestar veementemente contra essa "avaliação" em larga escala no Brasil em consonância com a lógica da competitividade e da meritocracia, um instrumento de poder que  controla a meta de regulação estatal das políticas públicas, repercutindo negativamente em todo o processo de ensino-aprendizagem. 


Lutemos incansavelmente pelo direito de ensinar e aprender!!!