Hoje, 20/06, tivemos mais uma importante conquista política da greve. O fascista Clécio Alves havia mandado desligar a energia e a água de todo o prédio com o objetivo de torturar os trabalhadores, achando que assim desocuparíamos a Câmara.
Resistimos de todos as formas e nos mantivemos firmes. Isto expôs toda a situação de insalubridade vivida pelos ocupantes que sensibilizou a sociedade e a colocou do nosso lado.
Não podendo mais esperar um desastre anunciado devido as terríveis condições impostas aos trabalhadores, a Comissão de Direitos Humanos da Sapejus e da OAB pediram o fim das condições desumanas impostas. Disseram na reunião do Comitê de Gerenciamento de Crise que não fazia mais sentido deixar luzes desligadas e água cortada porque isto não resolveria a situação da desocupação (disseram que cortaram com a intenção de que fossemos embora), já que os trabalhadores não saíram mesmo com os cortes, então não poderiam continuar ali naquelas condições degradantes.
Ou seja, fica claro que foi a extrema resistência dos trabalhadores às condições impostas juntamente com as denúncias que garantiram a ocupação e agora, depois de muita pressão, Clécio foi obrigado, com certeza a contragosto, a religar a água e a energia hoje.
Mais do que isso: teve que se comprometer a não deslizar ou cortar mais até a data de nossa próxima assembleia!
Essa é mais uma demonstração da nossa força quando estamos unidos. Viva a nossa união e luta!
Resistimos de todos as formas e nos mantivemos firmes. Isto expôs toda a situação de insalubridade vivida pelos ocupantes que sensibilizou a sociedade e a colocou do nosso lado.
Não podendo mais esperar um desastre anunciado devido as terríveis condições impostas aos trabalhadores, a Comissão de Direitos Humanos da Sapejus e da OAB pediram o fim das condições desumanas impostas. Disseram na reunião do Comitê de Gerenciamento de Crise que não fazia mais sentido deixar luzes desligadas e água cortada porque isto não resolveria a situação da desocupação (disseram que cortaram com a intenção de que fossemos embora), já que os trabalhadores não saíram mesmo com os cortes, então não poderiam continuar ali naquelas condições degradantes.
Ou seja, fica claro que foi a extrema resistência dos trabalhadores às condições impostas juntamente com as denúncias que garantiram a ocupação e agora, depois de muita pressão, Clécio foi obrigado, com certeza a contragosto, a religar a água e a energia hoje.
Mais do que isso: teve que se comprometer a não deslizar ou cortar mais até a data de nossa próxima assembleia!
Essa é mais uma demonstração da nossa força quando estamos unidos. Viva a nossa união e luta!
Imagem recente da Câmara após religamento das luzes.
Diante de tal vitória, deixamos aqui mais uma carta de apoio do Frei Marcos Sassatelli que traz pela ótica de olhos externos, a confirmação de que estamos no caminho certo:
Indignados,
fortalecidos e esperançosos
O Trabalhadores da Educação (servidores
administrativos, auxiliares de atividades educativas e professores) do
Município de Goiânia estão, ao mesmo tempo, indignados, fortalecidos e
esperançosos. São esses os sentimentos que definem o estado de ânimo dos Trabalhadores
da Educação.
Em
primeiro lugar, eles e elas estão indignados pelo caos em que se encontra a
Educação Pública; pela traição do governo do PT, partido que sempre defendeu os
direitos dos trabalhadores e que agora, no poder, tem a mesma prática política de
outros governos, ou pior, usando até a mesma linguagem (parece gravação); pelo
comportamento autoritário, ditatorial e arrogante do prefeito Paulo Garcia e da
secretária da Educação Neide Aparecida (quem lembra da luta aguerrida e firme
da secretária - quando sindicalista - na defesa dos direitos dos Trabalhadores
da Educação, está abismado com a metamorfose, que foi total; quem te viu e quem
te vê!); pela má vontade e pela falta de capacidade que o prefeito e a secretária
têm de dialogar e negociar de iguais para com iguais, de trabalhadores para com
trabalhadores; e pelo desrespeito e desdém para com a categoria dos
Trabalhadores da Educação.
Cadê o chamado “jeito petista de
governar”? Não deveria ser um “jeito popular” de governar? É preferível quem
sempre esteve ao lado dos poderosos e contra os trabalhadores do que quem mudou
de lado, traindo os seus companheiros trabalhadores. Os traidores são seres
humanos mesquinhos, oportunistas, que se vendem a qualquer preço e que suscitam
sentimentos de repugnância e nojo em toda pessoa que tem um mínimo de
coerência.
Os Trabalhadores da Educação estão
indignados também pela atitude ditatorial e fascista do presidente da Câmara
Municipal de Goiânia, Clécio Alves, que - diante da ocupação da Casa, que é do
Povo - mandou cortar a energia elétrica e a água (até dos banheiros), mandou
ligar o som da Câmara em volume alto durante a madrugada, propagando a desinformação
e mandou ligar o ar condicionado para gelar os educadores: uma verdadeira
tortura física e psicológica (como no tempo da ditadura civil e militar, que -
parece - ainda não acabou também em Goiânia); pela covardia da maioria dos
Vereadores; pela atitude ambígua e “em cima do muro” das Comissões de Direitos
Humanos da Câmara Municipal e da Assembléia Legislativa (a coerência exige que
os Direitos Humanos sejam defendidos sempre, mesmo quando o violador é o “meu”
partido ou o “meu” governo); e pela omissão ou demora do Ministério Público do
Estado de Goiás em tomar providências diante da gravidade da situação.
Em segundo lugar, os Trabalhadores
da Educação estão fortalecidos pela união - cada vez maior - do Movimento de
greve (a greve é um direito dos trabalhadores); pela aprendizagem na oganização
e condução do Movimento; pela consciência que as reivindicações são justas;
pelo idealismo de quem acredita que uma educação pública de qualidade é
possível; pela resistência e perseverança na luta política; e pela
solidariedade e apoio de muitos Movimentos Sociais Populares e setores
organizados da sociedade civil.
Em terceiro lugar, os Trabalhadores
da Educação estão esperançosos por estar convencidos que - mesmo na situação
difícil em que a Educação Pública se encontra - ainda é possível abrir caminhos
novos de diálogo e negociação entre o Poder Público Municipal e Trabalhadores
da Educação (já existem pequenos sinais positivos, mostrando que - ao final - o
bom senso irá prevalecer); por desejar - logo que a greve termine - voltar ao
trabalho e cumprir sua missão de educadores e educadoras com dedicação e,
sobretudo, amor.
É realmente motivo de muita alegria
e de muita esperança ver tantos Trabalhadores e Trabalhadoras da Educação (mães
e pais de família, moças e rapazes) que querem colaborar e contribuir com a
construção de uma Educação Pública de qualidade e de um mundo mais justo, mais
igualitário e mais fraterno.
Dou este testemunho de coração
aberto, por amor à verdade e por estar acompanhando de perto - como irmão e
companheiro de caminhada - o Movimento de greve dos Trabalhadores da Educação,
manifestando plena solidariedade e total apoio.
Termino com algumas mensagens de
Paulo Freire sobre a Educação, que nos ajudam a refletir.
“Ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua
construção”.
“Se a educação sozinha não pode tranformar a
sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda”.
“A alegria não chega apenas no encontro do
achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se
fora da procura, fora da boniteza e da alegria”.
“Ninguém educa ninguém, ninguém se educa
sozinho, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”.
. Marcos Sassatelli, Frade dominicano
Doutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral (Assunção - SP),
Professor aposentado de Filosofia da UFG
E-mail: mpsassatelli@uol.com.br
Goiânia, 18 de junho de 2014