quarta-feira, 18 de junho de 2014

DENÚNCIA DE NEPOTISMO ENVOLVENDO O MANOBRISTA CLÉCIO ALVES

CABIDE DE EMPREGOS – EXPRESSÃO ANTIGA, MAS PRÁTICA ATUAL NA PREFEITURA DE GOIÂNIA

Os governos ficam aterrorizados com os períodos que os trabalhadores estão em greve. Isto não pelo prejuízo social que esta pode causar, mas principalmente porque em greve os trabalhadores ampliam a sua visão, fortalecem sua consciência política e são obrigados a pesquisar para derrubar os argumentos vazios da gestão pública.

Sabemos que o estado procura taxar manifestantes de movimentos sociais legítimos como o nosso de vândalos e baderneiros, além de acusar de movimentos eleitoreiros. Nestes últimos dias vimos esse discurso vazio enfatizado por alguns vereadores como por exemplo o presidente da Câmara Municipal de Goiânia que teve o disparate de chamar trabalhadores da educação de bandidos. Ainda, o vereador Anselmo Pereira que nos chamou de maloqueiros e adjetivos desta ordem. O prefeito disse que somos golpistas e não temos porque reclamar, que nossos salários são ótimos e que estes estão onerando as contas da prefeitura. Decidimos então  pesquisar no portal da transparência. Qualquer cidadão pode fazer isso e verá que os salários dos professores e dos funcionários administrativos não estão onerando a folha, que isto acontece devido aos vários casos de supersalários dos protegidos pelo Paço, principalmente na Comurg!

Observem as imagens abaixo e tirem suas conclusões, estes são apenas alguns exemplos:



Contudo, este texto não é sobre estes super salários, mas sim pela grande surpresa ao encontrarmos o nome do filho do vereador Clécio Alves na folha de pagamento da prefeitura. Fomos pesquisar como ele chegou a este cargo, visto que não existe explicação (nem técnica, política ou jurídica) para o fato dele exercê-lo. Ainda, não encontramos critérios que justificariam sua função, ou seja,  algum critério profissional para o cargo que o mesmo exerce, evidenciando a possibilidade de ser mais um cabide de emprego. Seria mais um cargo utilizado para beneficiar o parente de um aliado que vai facilitar algumas votações no legislativo municipal?
O filho do Clécio Alves, Luan Deodato Machado Alves, entrou para a folha de pagamento da prefeitura. O que não está claro é se isto se deu através de um concurso, e caso tenha sido, fica claro que o processo de nomeação está totalmente fraudado! Veja o edital para o concurso público  o filho do Clécio participou:

Observem no edital: na página 22 aparece a quantidade de vagas disponíveis para o cargo de Educador Social (110) e do vencimento (R$ 742,41 ). A página 11, onde trata do resultado final, diz que será divulgado a lista com 5 vezes mais de número de vagas. Já na página 13 fala sobre a posse no ponto 17.1. A aprovação e classificação neste Concurso Público não asseguram ao candidato o direito de ingresso automático no Quadro Pessoal da Administração Direta e Autarquias do Município de Goiânia, mas somente a expectativa de nele ser admitido, segundo convocação, obedecendo à rigorosa ordem classificatória, condicionada à observância das disposições legais pertinentes e, sobretudo, ao interesse e conveniência da Administração Municipal.

Em suma: analisando estas páginas, fica claro que deve ser obedecida rigorosamente a ordem classificatória e que só seriam divulgados os nomes dos que tivessem sido classificados até 5 vezes o número de vagas existentes, ou seja,  só deveriam ter divulgado até a classificação 550. Ficamos perplexos em descobrir a classificação do filho do Clécio (manobrista) Alves, o Luan Deodato Machado Alves, que aparece na lista de divulgação dos aprovados em 613° colocado. Portanto acreditamos que o mesmo não entrou para a folha de pagamento da prefeitura por meio de concurso público pois, se for essa a justificativa para a ocupação do cargo por Luan, existem evidências claras de contradição em relação ao edital.

Neste link é possível ver com maior detalhe a classificação do filho de Clécio: Classificação de Luan, última página

Na página que trata desse concurso tem a convocação para a posse, mas não conseguimos obter  a classificação em que pararam de convocar os Educadores Sociais. Quem puder, ajude a pesquisar nesse link:Convocação dos educadores sociais

Não encontramos termo de convocação e nem de posse do Luan Deodato Machado Alves, porém encontramos mais dois decretos em seu nome. O primeiro de fevereiro de 2013, em que ele renuncia ao cargo de Conselheiro Tutelar  que ocupa desde 22 de maio de 2010: Saída de Luan do conselho tutelar

O segundo decreto, também de fevereiro de 2013, em que ele é nomeado para o cargo comissionado: Decreto de nomeação para cargo comissionado

No portal da transparência encontramos o salário que o filho do Clécio recebe da prefeitura de Goiânia:

Segue o Link para o arquivo e imagem que fizemos no print:


O que podemos concluir com essa pesquisa é que, no mínimo, existe fortes indícios de contratação irregular ou nepotismo cruzado! Ainda mais advindas de um manobreiro! Suspeitamos de ligações escusas entre a nomeação do filho com as atitudes do pai.

Tem como piorar? SIM!!! Pesquisando mais sobre o filho desse senhor que chama trabalhadores de bandidos descobrimos que Luan Deodato Machado Alves possui um processo no TJ-GO por prevaricação. (Prevaricação é um dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral que consiste em retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.)   Processo no. 201203337749 de 14 de setembro de 2012.

Será que por causa desse processo ele não tomou posse e por isso encontraram outra forma de mantê-lo na administração, no caso, através do cargo comissionado Assessor VI nessa tal Secretaria da Juventude que metaforicamente se assemelha ao túnel da Av. Araguaia, ou seja, leva ninguém a lugar nenhum e desperdiça muito do nosso dinheiro em função dele?

Como o poder legislativo vai realizar o seu trabalho de fiscalizar o executivo se está tão atrelado a ele, através de nomeações para cargos comissionados?

Os poderes em Goiânia são realmente independentes?

Só pesquisamos até agora sobre o presidente da Câmara. E se formos pesquisar sobre os familiares de todos os outros 21 vereadores que votaram contra o impeachment, contra o valor de R$ 319,00 para o auxílio locomoção em 2013, contra o piso dos professores em 2010 ? O que mais encontraríamos?

Continuemos nossas pesquisas, nossa luta e denúncias que expõem os verdadeiros marginais que infestam o Estado.