domingo, 29 de janeiro de 2017

CARTA DE REIVINDICAÇÕES DAS AUXILIARES DE ATIVIDADES EDUCATIVAS

Essa foi a carta entregue no dia do Ato 27.01.17 para a SME com a pauta das auxiliares.

Nós, Auxiliares de Atividades Educativas, apresentamos através desse documento as nossas reivindicações. É de conhecimento público a situação caótica que se encontra a Rede Municipal de Educação. Estamos iniciando o ano letivo com falta de funcionários nas mais diversas áreas e com agrupamentos superlotados, o que compromete profundamente a qualidade da educação municipal. Além desses problemas, que acarretam em uma maior sobrecarga para as Auxiliares de Atividades Educativas, vemos a retirada de direitos acordados com a administração passada e a não apresentação de uma proposta clara de valorização da categoria. 
Diante desse quadro apresentado acima, enunciamos as reivindicações abaixo: 

1. Direito a substituição dos professores: baseado no acordo da última greve, as Auxiliares de Atividades Educativas que possuem diploma em áreas pedagógicas específicas passaram a contar com o direito de substituição dos professores. Essa medida beneficiou tanto a categoria como o bom funcionamento da rede. 
A categoria foi beneficiada devido à possibilidade de acrescentar a renda com essa modalidade. A Rede Municipal como um todo foi beneficiada devido ao fato de aumentar a quantidade de pessoas habilitadas a realizarem as substituições, reduzindo o crônico problema de estudantes ficarem sem professores durante meses quando os professores entram em licença. Existem casos de escolas que ficaram seis meses sem professores devido a secretaria não ter enviado substituto. Mesmo com essa evidente vantagem para os dois lados, trabalhadores e administração, de forma arbitrária a Secretaria de Educação cancelou essa forma de vínculo, sem ao menos apresentar uma justificativa pública ou escutar os trabalhadores. Reivindicamos que o acordo de greve continue sendo cumprido e que as Auxiliares de Atividades Educativas continuem realizando as substituições dos professores. 

2. Equiparação ao P1 e a natureza pedagógica da função: o cargo de Auxiliar de Atividades Educativas foi criado no ano de 2003 na lei n°8175 de 30 de junho, sendo exigida a escolarização mínima do ensino médio na Modalidade Normal (Magistério). Esse critério foi seguido nos dois primeiros concursos para o cargo em 2007 e 2010. 
A administração, com o intuito de economizar e precarizar as relações de trabalho, fez processos seletivos nos anos posteriores e o concurso de 2016, retirando a exigência do curso de magistério, exigindo apenas o ensino médio, conforme a lei n°9128 de 29 de Dezembro de 2011, o que representa um grande retrocesso para o trabalho na Educação Infantil, porque o requisito formação é um aspecto indispensável para a qualificação do trabalho na Educação Infantil e um elemento fundamental para essa etapa da Educação Básica. 
A partir desse momento o cargo de Auxiliar de Atividades Educativas foi enquadrado no quadro administrativo da SME, desconsiderando a natureza pedagógica da atividade. Reivindicamos que as Auxiliares de Atividades Educativas possuam uma equivalência salarial e pedagógica com o cargo de professor PI, que tenham as mesmas vantagens e direitos, pois as mesmas atuam como professores, estando eles presentes ou não na instituição, conforme já feito em outros municípios brasileiros. O exemplo pode ser visto com o PARECER CNE n°7/2011. 
A prefeitura precisa criar um plano para que ocorra a valorização e estimule a formação de todas as Auxiliares, particularmente na área de pedagogia. 

3. Auxílio Locomoção: as Auxiliares são tratadas de maneira diferente dos demais funcionários da educação, particularmente dos professores. Esses contam com a gratificação de difícil acesso, que auxilia nos gastos com transporte realizado pelos funcionários no deslocamento pela cidade. Devido ao enquadramento no quadro administrativo, as Auxiliares recebem o passe de ônibus. Se fizerem “dobras” e ultrapassarem o rendimento de dois salários mínimos, tem o passe de ônibus cortado, demonstrando a injustiça em tal ação do poder público. As Auxiliares de Atividades Educativas reivindicam o recebimento do auxílio locomoção, com as mesmas vantagens e direitos dos professores, por entender que a sua função faz parte do quadro pedagógico e que é preciso isonomia (igualdade) entre as funções.

 4. Lei para regulamentar o cargo de cuidadora: exigimos os mesmos direitos que as auxiliares de cmei's e educação infantil possuem. Solicitamos um posicionamento do secretário de educação o mais rápido possível, pois a situação caótica da rede municipal só tende a se agravar com a retirada de direitos dos trabalhadores ou a precarização das relações de trabalho.


Auxiliares de Atividades Educativas Goiânia, 27 de janeiro de 2017.