Link da notícia:http://www.dm.com.br/jornal/index#!/mini?e=20130917
No dia 19 de setembro, em
frente a secretaria municipal de educação, as 9:00 da manhã, vai acontecer um
momento de pura democracia para os trabalhadores da rede municipal. Será
realizada uma assembleia para definir os rumos que serão tomados daqui para
frente pelo movimento dos trabalhadores da rede. Sempre que ha um indicativo de greve da
categoria, recebemos enxurradas de críticas por parte de pais e até mesmo da
mídia. Penso que isso acontece por desconhecimento das reais razões de nossa
luta. Li em um jornal que a paralisação do dia 13 era por "vale
transporte". Ora, como assim? A nossa luta é pela universalização do
difícil acesso sem diminuição de seu valor. O difícil acesso é uma ajuda de
custo para locomoção dos professores, estes que trabalham em escolas distantes
tanto de suas casas, quanto umas das outras. Lutamos para que o benefício seja
estendido a todos os professores nos moldes atuais e não cortado ou reduzido
como é a proposta da prefeitura. Lutamos pela transparência nos projetos
educacionais que são adotados pela rede, como, por exemplo, Escola da Inteligência
do escritor Augusto Cury. Questionamos porque ao passo que se adota projetos
caríssimos que não apresentam base metodológica coerente para nosso trabalho,
se investe um valor enorme e não há transparência nesses gastos. Lutamos pelo
plano de carreira do magistério, para que ele seja não só aprovado, mas que
tenha realmente participação efetiva dos professores da rede em sua elaboração,
haja vista que os órgãos que se dizem em defesa dos professores têm trabalhado contra
nossa categoria. Nossas escolas tem se tornado um depósito de crianças! Temos
sido vitima de todo tipo de violência na escola por parte de alunos, pais e
quando saímos dela, somos brutalmente afrontados com a perda de benefícios
alcançados historicamente. Gostaria de ressaltar que se existe o indicativo de
greve é porque todos os outros recursos possíveis já foram esgotados. Gostaria
também que a comunidade se juntasse a nós nessa luta, pois queremos que as
verbas da educação sejam usadas plenamente na escola, queremos dar segurança e
qualidade para nossas crianças, mas para isso nos também precisamos nos sentir
seguros. Talvez, por essa imagem
historicamente construída do professor “messiânico”, muitos se esquecem de que
somos mães, irmãs, provedores do lar, e que trabalhamos por dignidade. Por fim,
se tenho de formar um cidadão crítico, como posso ser exemplo se deixo meus
próprios direitos escorrerem pelo ralo. Utilizando uma frase muito divulgada
nos protestos "uma educação muda, não muda". Vamos pensar nisso.
Adriana Lúcia da Silva