terça-feira, 2 de outubro de 2018

"Mas que *absurdo*, ovos lançados no painel de votação da Câmara Municipal!"



Essa foi uma frase repetida por uma parte dos trabalhadores da educação, após uma longa e árdua luta contra a prefeitura pelo arquivamento do Projeto de Reforma da Previdência do Município.

Mas não foi *absurdo* a aprovação dessa injusta Reforma para sanar dívidas adquiridas ao longo de vários governos corruptos do Íris e seus comparsas.

Não foi *absurdo* o processo autoritário e repleto de manobras e barganhas para a aprovação dessa Reforma.

Não foi *absurdo* incluir no Projeto da Reforma áreas públicas desafetadas que, futuramente,  serão um encalço para o fundo de nossa previdência.

Não foi *absurdo* ter no Projeto uma cláusula que permite ao prefeito usar como bem entender o fundo saudável da nossa previdência.

Não foi *absurdo* atrelar a aprovação da Reforma ao cumprimento de Direitos Constitucionais, como o pagamento da data-base.

Não é *absurdo* até o momento, décimo mês do ano, outubro, nenhum professor e professora ter recebido o Piso Salarial, Lei Nacional.

Não é *absurdo* os profissionais da educação não poderem usufruir do seu Plano de Carreira: não recebimento da titularidade, da progressão, o não gozo das licenças prêmio e aprimoramento.

Não é *absurdo* as salas de aulas abarrotadas de alunos, sem infraestrutura adequada.

Não é *absurdo* o déficit de funcionários e a não convocação dos aprovados no último concurso.

Não é *absurdo* a sobrecarga dos profissionais por conta do déficit de funcionários e o consequente adoecimento dos mesmos por conta do acúmulo de tarefas por um lado, e por outro, o impacto negativo dessa situação no desenvolvimento dos alunos.

Não é *absurdo* ficarmos dois anos sem diretrizes e as mesmas serem anunciadas sem a mínima participação dos profissionais da educação.

Não é *absurdo* sermos cobrados pelos índices baixos de alfabetização como se a responsabilidade fosse única e exclusiva dos professores e professoras.

Poderíamos elencar diversos *NÃO ABSURDOS*, mas por ora esses bastam.

Diante desse cenário, ainda bem que existem profissionais da educação que ainda estão vivos e lutam por sua dignidade e por sua carreira!

Profissionais que participaram ativamente e na linha de frente contra a aprovação dessa Reforma da morte! Que estudaram, que perceberam quão nefasta aos servidores ela será.

Que lutaram pelo cumprimento dos direitos dos profissionais, independente da aprovação dessa Reforma, tais como: o piso, a data base, a convocação e prorrogação do concurso.

Profissionais que enfrentaram a repressão e a perseguição da prefeitura e da sme , com assédios e cortes de ponto, para se organizarem para a luta.

E profissionais que se indignaram e não se contiveram com tamanha arbitrariedade e lançaram ovos no painel de votação.

Então, eis os dois pontos de vista: para parte da categoria de todos os absurdos, o único e o maior deles foram os ovos lançados, e os que o fizeram mereceram tamanha repressão. Para outra parte, os ovos foram a expressão de repúdio e indignação por tudo que estamos passando!

Continuaremos na luta, apesar de tantas injustiças!

E estaremos sempre abertos para acolher e  incluir na luta qualquer trabalhador que não aceite essa situação.

Lutar não é crime!
Nenhum direito a menos!
Viva a luta dos profissionais da educação!
A luta não acabou!
Abaixo a repressão!