segunda-feira, 17 de novembro de 2014

FECHAMENTO DE CICLO E A REAÇÃO: MANIFESTAÇÃO DE ALUNOS EM ESCOLA MUNICIPAL DE GOIÂNIA!

A Escola Municipal Marechal Castelo Branco situa-se no Jardim Guanabara, faz parte da Rede Municipal de Educação de Goiânia e atende até o ano de 2014 no turno matutino do 7º ao 9º ano e no vespertino do 4º ao 9º ano.

A escola dispõe de 10 salas de aulas no total, quadra de esportes coberta, sala de leitura, ambiente informatizado e laboratório de ciências que também é utilizado como sala para exibição de vídeo. Conta com cerca de 350 alunos em cada turno. Possui no turno vespertino 5 profissionais da Educação com habilitação em Pedagogia e 9 professores licenciados por área de conhecimento: 1 professora de língua inglesa, 1 professora de língua portuguesa, 1 professor de matemática, 1 professor de história, 1 professora de geografia, 1 professor de artes, 1 professora de ciências e 2 professores de educação física.

O perfil da escola é de participação ativa junto à comunidade escolar sustentado a partir do respeito e compromisso com a formação de cidadãos críticos e atuantes na construção de uma educação que atenda aos anseios de pais, professores e alunos.

No final do mês de outubro deste ano o coletivo de trabalhadores da escola foi surpreendido por um comunicado feito pela diretora da escola acerca do funcionamento do turno vespertino para o ano de 2015. Segundo ela a escola deixará de atender ao Ciclo III no turno vespertino, de modo que serão fechadas as turmas de 7º ao 9º ano. De acordo com a diretora, a ordem veio da SME e de modo que deve ser cumprida. 

Ao trazer a questão junto aos pais ficou claro que a necessidade de continuar o atendimento desses jovens sobrepõe a absurda ordem da SME tomada sem nenhuma discussão junto à comunidade escolar. Diante disso, os trabalhadores da escola realizaram um levantamento sobre o funcionamento do turno vespertino em 2014: 

3 salas de 6º ano, com mais de 30 alunos matriculados e frequentes; 90 alunos no total

1 sala de 7º ano e outra de 8º ano, cada uma com mais de 30 alunos matriculados e frequentes. 60 alunos no total

Ou seja,  de imediato a mudança afetaria 150 alunos sem nenhum tipo de consulta. E é claro, também aos trabalhadores da escola.

Foi convocada uma reunião de pais para tratar de assuntos gerais da escola e expor a situação de fechamento dessa etapa do ensino fundamental no turno vespertino. Os pais e responsáveis presentes manifestaram total reprovação ao que estava acontecendo e solicitaram uma reunião com os representantes da secretaria municipal de Educação que aconteceu no dia 05/11/2014 às 18h para que seja reconsiderada a questão do ciclo III na escola. 

Na reunião ficou claro que a decisão foi unilateral por parte da SME. Ela realizou um estudo de rede e disse que seria necessário priorizar o atendimento do ciclo I no período vespertino, já que o III poderia ser atendido em escolas estaduais. Parece que a SME não compreende que progressivamente o município deve assumir a o ensino fundamental e o estado o médio, e não o contrário. Ainda, disse que o atendimento poderia acontecer na própria escola pela manhã, ou seja, ou o aluno muda de turno ou de escola. Ao ser questionada sobre os motivos da comunidade não ter sido informada, chamada para a discussão ou os motivos reais destas mudanças a SME se utilizou dos velhos argumentos legalistas que não passam de desculpas para tomarem decisões autocráticas na busca por economizar recursos.

Pais e alunos têm demonstrado a preocupação em não conseguir matricular-se em outra escola ou para onde irão. Ainda, estão insatisfeitos por terem que abandonar a escola de maneira forçada. Diante disso, espontaneamente os estudantes se organizaram e realizaram uma manifestação na escola no dia 03 de novembro com a participação dos alunos das turmas que deixarão de ser ofertadas no próximo ano. Eles estão debatendo o assunto e questionando como uma decisão que afeta a vida de tantas pessoas desde pais, alunos e profissionais da educação pode ser simplesmente tomada e aceita sem qualquer debate.

Entendemos que o objetivo da escola deva ser atender a necessidade dos alunos e não os caprichos da SME. Sua postura autoritária entre em contradição com o ideal emancipador e democrático da escola. O discurso de “ordens são para serem cumpridas” não pode deixar todos sem reação, é preciso sempre se discutir uma saída que deve respeitar os compromissos com a comunidade escolar. A prefeitura deveria repensar esta mudança sem justificativa e sem discussão e cumprir o que prometeu durante campanha e abrir novas escolas e centros de educação infantil como foi amplamente anunciados pela atual gestão municipal em promessas de campanha. Mas esperar o quê de um prefeito que não cumpre nem o que assina?

Relato de uma aluna da escola “Sou Aluna da Escola Municipal Marechal Castelo Branco desde 2011 e atualmente curso o oitavo ano. Nossa diretora recebeu um ordem da secretaria municipal de Educação dizendo que deveria acabar com o ciclo 3, turmas Gs'Hs'Is. No turno vespertino, temos um grupo de 14 professores e nas minha contas 8 deverão sair da escola. Temos professores mestres e são professores ótimos, como nunca tive em minha vida. Eu sou aluna a algum tempo na escola e agora pode ser que eu não consiga uma vaga ano que vem. O mais chato de tudo é saber que nossos professores capacitados vão ter que sair pra eles imporem as turmas A,B e C” 

Relato de Mão de aluna: “Sou mãe de 02 alunos do turno vespertino, turmas F e G . Confesso que essa notícia nos pegou de surpresa. Estou extremamente preocupada com essa decisão vinda da Secretaria da Educação sem nosso conhecimento. Meus filhos e vários alunos correm o risco de perderem as vagas porque no turno matutino já tem alunos suficientes” 

Fotos da Manifestação dos alunos





Reunião com as famílias





Lembrando que a situação da Escola também será discutida na audiência pública no dia 20 de novembro, segue abaixo o cartaz