segunda-feira, 3 de junho de 2013

APOIO AO MOVIMENTO FRENTE CONTRA O AUMENTO DA PASSAGEM DO TRANSPORTE COLETIVO


NOTA DE APOIO AO MOVIMENTO FRENTE CONTRA O AUMENTO DA PASSAGEM DO TRANSPORTE COLETIVO

A direção do Sindicato Municipal dos Servidores da Educação de Goiânia – SIMSED, manifesta seu apoio a Frente Contra o Aumento da passagem do transporte coletivo de Goiânia e região metropolitana. Já fazem 4 décadas que as empresas de ônibus, principalmente Rápido Araguaia e HP, exploram inescrupulosamente o transporte coletivo da grande Goiânia. O que deveria ser um direito do cidadão se tornou um serviço de péssima qualidade e muito lucrativo para as empresas. O usuário é transportado em condições piores do que os bois que seguem para o matadouro. Nos ônibus lotados, o usuário se aperta, se machuca, chega atrasado em seus compromissos, etc. Os terminais não suportam o tráfego de pessoas e estão em péssimas condições de higiene. Enfim, uma série de violências cometidas. E quando os usuários se cansam de todas essas injustiças e demonstram sua ira (justa ira como diria o professor Paulo Freire), são chamados pela mídia e pela polícia de baderneiros, vândalos. Muitos veem os manifestantes desta forma porque compreendem a situação pegando a parte pelo todo, a aparência pela essência. “Temos a barriga de pobre e a cabeça de rico”. “Os oprimidos tem dentro de si a visão de mundo dos opressores”, diria Freire novamente.

E os empresários do transporte coletivo, são o quê? Bem feitores, empreendedores, homens de visão? Vejamos. O Grupo Odilon Santos, dono da Rápido Araguaia, é proprietário também dos sorvetes Creme & Mel, Cremyto, Viação Goiânia, Transbrasiliana, Araguarina, água mineral Pura & Leve, Moto For, além de construir edifícios residenciais e de explorar serviços de transporte em países africanos, como Angola. Já a HP, é dona da Pinauto e da Imperial Bebidas, que produz o Goianinho, Tampico, La Fruta entre outros. Isso sem citar o patrimônio físico dos empresários (imóveis, carros, etc). Pergunta: de onde a HP e a Odilon Santos tirou o dinheiro para comprar tantas empresas? À custa do sofrimento diário dos usuários do transporte coletivo. Isso não é VIOLÊNCIA? Não, são as relações capitalistas de mercado, alguém poderia dizer. E o que é o sistema capitalista se não um desfile de horrores e atentados de toda ordem contra a humanidade.

Desde 2008 que o ISS, imposto municipal, e a CMPF, tributo federal, não são mais cobrados das empresas de transporte coletivo da grande Goiânia, mas ainda são computados na composição dos custos para definir o valor da passagem. Os quatro representantes da prefeitura de Goiânia na Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo, incluindo o prefeito, votaram a favor do reajusta da passagem para três reais. Será que o prefeito Paulo Garcia não sabia que o município não estava recolhendo o ISS? A mesma pergunta pode ser feita ao governador Marconi Perillo, pois os dois representantes do estado também votaram a favor do aumento. O fato é que os políticos recebem doações das empresas de ônibus nas campanhas eleitorais.

Assim, os protestos da população não são atos criminosos, ações de violência gratuita como alardeia a grande mídia, governantes e empresários. As ações são repostas ao massacre que os usuários sofrem no transporte coletivo. Se o governo e os empresários querem que a onda de protestos cesse, primeiro precisam respeitar o usuário como cidadão que tem o direito constitucional de ir e vir. Mas por enquanto não estão dispostos a agir assim, pois precisam manter as altas taxas de reprodução do capital. E o que fazem então? Ora, Gramsci já dizia que quando o consenso não dá mais conta de garantir a estabilidade social, as classes dirigentes apelam para a repressão, que venha o braço armado do sistema: Rotam, Choque e mais violência: bombas, tiros, socos, cavalaria. O movimento resiste com utensílios rústicos e artesanais. Se a História servir de exemplo, numa correlação de forças similar, nicaraguenses e vietnamitas expulsaram as tropas yankes de seus países. E isso não é um reles discurso de esquerdistas radicais. O governador do estado de São Paulo Geraldo Alckmin, que, convenhamos, nunca foi um homem de esquerda e não é de fazer protesto, manifestações, assim disse semanas atrás: "o povo não sabe de um décimo do que se passa contra ele, se soubesse ia faltar guilhotina para cortar a cabeça de tanta gente que explora esse sofrido povo brasileiro". Seria apenas demagogia?

Posto isso, a direção do SIMSED apoia os protestos e a luta contra o aumento da passagem da tarifa de ônibus da região metropolitana de Goiânia e saúda a juventude, que está encabeçando a Frente Contra o Aumento, com a sentença de um velho combatente: Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética (Che Guevara).


Segue ainda o link para quem puder assinar e apoiar esta importante luta. É uma petição em apoio a luta pelo transporte público em Goiânia.