segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

APOIO A LUTA CONTRA O AUMENTO DA PASSAGEM E AJUDA AOS ESTUDANTES PRESOS


O SIMSED apoia a luta contra o aumento da passagem de ônibus e se solidariza com os estudantes presos durante a manifestação. Lembramos a todos que em 2013, quando se iniciaram as lutas contra o aumento da passagem que levaram as manifestações de junho, o simsed já manifestava seu apoio a luta contra os barões do transporte público. Confira o a nota de 2013 ao final desta postagem ou clicando AQUI.  

Segue abaixo a nota de apoio a luta em 2015:

Nota de apoio à luta contra o aumento da passagem

O SIMSED manifesta aqui todo seu apoio à juventude combativa de Goiânia, que se soma à juventude de todo o país, que tem dado exemplo e demonstrando, incansavelmente, que não temem a repressão e não aceitam de forma nenhuma as injustiças cometidas contra o povo.

Não precisamos discorrer muito para convencer nenhum cidadão deste país sobre as condições caóticas a que o Estado e todos os seus governantes – Presidenta, Prefeitos e Governadores (independente da sigla a qual estão representando, pois nenhuma delas defendem de fato os direitos do povo) - estão submetendo a grande maioria da população. O que temos presenciando é o aumento de preços frenético de serviços e produtos, como da energia, do petróleo, da água, dos impostos, dos juros, dos alimentos, das moradias, dos alugueis, do transporte “público”, entre outros itens; além dos cortes de direitos, como no caso do pacotão sobre os direitos previdenciários a que fomos presenteados logo no início do ano pelo governo federal.

Em Goiânia, ainda somos “prestigiados” com a amarga (in)governabilidade do indigno Prefeito Paulo Garcia, vulgo “Sargento Gracinha”, que tem demonstrado com suas ações o quanto abomina o povo trabalhador de sua cidade, cometendo golpes atrás de golpes sobre os direitos dos mesmo, tais como: o pagamento do retroativo dos trabalhadores da educação, a prorrogação e aprofundamento do Decreto que retira direitos trabalhistas dos servidores municipais, o calote na data base do administrativos da educação, o fechamento das UTIs , o não repasse de verbas federais à saúde pública municipal, entre tantos e quase infindáveis compromissos não cumpridos com os trabalhadores. E não podemos deixar de lembrar que ele tem mantido as ruas da cidade da forma como ele se comporta, imundamente!

Não sendo isso suficiente ainda nos deparamos com o governador do Estado, coronel Marconi Perigo, com seus planos sinistros de colocar escolas sob a gerência das OS, como fez com o HGG e o HUGO, ao invés de investir recursos públicos que seria a obrigação do Estado, optando assim a “privatização” a sua maneira, desses serviços essenciais.

Diante disso, repudiamos mais esse aumento no orçamento do trabalhador, o da tarifa do transporte, que se elevou de 2,80 para 3,30, chegando a 17, 85 percentuais, aumento esse que nenhum trabalhador no país recebeu em seus salários.

Sabemos que essa indignação soa na grande maioria dos lares de trabalhadores de Goiânia, porém, saudamos e nos solidarizamos com todos aqueles que transformaram sua indignação em ação, como fez os manifestantes do dia 20/02/2015 que foram às ruas contra o conluio entre as empresas de ônibus, a prefeitura e o estado, que tramam com esse aumento abrupto da passagem, retirar também a gratuidade do mesmo aos estudantes. Além de cometerem esse abuso, eles ainda contam com os monopólios dos meios de comunicação, para tentar colocar povo contra povo, alegando que as manifestações não representam os anseios da população, mas sim um mar de “vandalismo”, seguindo o plano de criminalização da luta popular, ocultando as ações, sistematicamente covardes da PM sobre os que lutam.

Nesta manifestação, dois estudantes foram presos, e se somam aos tantos encarcerados neste país, desde janeiro na luta contra o aumento do transporte público. Repudiamos toda essa perseguição política e exigimos a liberdade imediata de todos eles.

Repudiamos o vandalismo de Estado que utiliza a força policial e poderio econômico para massacrar a classe trabalhadora em prol do capital e das grandes empresas do setor privado. Repudiamos o vandalismo praticado pelas grandes empresas que transformam o transporte público em mercadoria com a conivência dos governadores e prefeitos. Repudiamos o vandalismo do Governo do Estado de Goiás e da Prefeitura de Goiânia que compactuam com a transformação do transporte público em mercadoria e favorecem os grandes proprietários destas empresas.

Lembramos que o estado burguês criminaliza os movimentos sociais utilizando-se da imprensa golpista. Além de criminalizar, reprime manifestações legítimas e prende trabalhadores e estudantes que lutam contra a precarização e mercantilização do transporte público.

Diante disso, o SIMSED conclama a todos os movimentos genuinamente populares, a se solidarizarem com esses lutadores. Prestamos apoio aos dois estudantes presos na manifestação ocorrida na sexta-feira, 20/02/15 e que são obrigados pela (in)justiça a pagar uma fiança que foi estipulada em R$ 3000,00 para cada um – tamanha ironia, sendo que os mesmos lutavam contra o aumento 50 centavos, o SIMSED fará uma colaboração financeira e disponibilizará a sua conta para todos que queiram contribuir com os colegas que estavam colocando em prática toda a indignação que tem nos acometidos a algum tempo.
O SIMSED disponibilizou suas contas para contribuições:
BANCO DO BRASIL
Agência 3607-2 conta corrente 43107-9
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
Agência 2256 conta 2053-5 op 003
 


A ABRAPO (Associação Brasileira dos Advogados do povo) também publicou uma nota a respeito das situações ocorridas na manifestação:

NOTA DE REPÚDIO AO MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO DA POLÍCIA CIVIL EM GOIÁS

No dia 20 de fevereiro de 2015, ocorreu em Goiânia a primeira manifestação do ano contra o aumento da passagem de ônibus. A manifestação iniciou por volta das 18 horas, com cerca de 800 pessoas, com objetivo de convocar a população goianiense para juntar-se à manifestação, bem como mostrar para toda a cidade que o povo está indignado com o abusivo aumento da tarifa!

Quando a manifestação se aproximava do seu objetivo principal, dialogar com a população do Terminal Praça da Bíblia, a Polícia Militar já havia montado um cerco ao terminal, impossibilitando que a manifestação cumprisse seu justo objetivo. Todavia, o povo, soberano, persistiu em cumprir seu objetivo ocasionando uma violência brutal por parte da PMGO, que dispersou a manifestação por meio de bombas de gás lacrimogênio, balas de borracha e muita violência.

A violenta ação da Polícia Militar ocasionou em uma profunda revolta generalizada dos manifestantes. Quando se verificou que um carro da TV Serra Dourada (filiada ao SBT) fora danificado pela revolta de alguns manifestantes, o monopólio da grande mídia se apropriou do fato para criminalizar o justo movimento contra a abusividade do preço da passagem de ônibus. A grande mídia, portanto, exigiu que a PM punisse os “responsáveis” pelos danos. Então, de forma arbitrária e sem provas da autoria dos fatos, dois manifestantes foram presos, sendo um violentamente arrastado pela polícia à paisana, causando-lhe várias esfoliações.

No 1º Distrito Policial, a TV Serra Dourada já havia gravado entrevista com o Delegado de plantão, exigindo que este arbitrasse uma fiança arbitrária, imputando aos dois manifestantes detidos uma fiança de R$ 3.000,00 cada. Como os manifestantes não tinham como custear tal valor, permaneceram presos, sendo que, no meio da madrugada, já no dia 21/02, foram transferidos para o complexo da Polícia Civil, na DRCI, situado no setor Cidade Jardim.

Por volta das 12 horas do dia 21/02, advogados e militantes da ABRAPO, dirigiram-se à DRCI para colher documentação necessária para impetração do pedido de habeas corpus aos manifestantes detidos, quando foram surpreendidos que esses seriam ouvidos novamente por outro delegado, da DRACO. Ao conversar com o delegado, informou que o referido depoimento não se tratava do caso que lhes eram imputados na manifestação do dia anterior, mas sim que eles seriam ouvidos como testemunhas de uma investigação a ser feita. Questionado sobre o fato da referida investigação, o delegado simplesmente informou que ele estaria investigando uma suposta organização para promover os aludidos “atos de vandalismo” nas manifestações.

Ora, não se pede para ser testemunha de fatos genéricos, deve se ouvir uma testemunha para saber se presenciou ou não um fato determinado. Todavia, o que ocorreu na DRCI foi uma tentativa de a Polícia Civil colher alguns indícios de lideranças das organizações populares de Goiânia, foi clara sua intenção de saber se os ativistas presos pela “operação 2,80”, realizada em 2014, estariam por trás das ações violentas em protestos. Ou seja, arma-se o cerco para que aconteça em Goiânia algo similar ao que aconteceu no Rio de Janeiro, onde o ativista Igor Mendes foi preso, e a ativista Sininho e Moa tiveram sua prisão preventiva decretada, por simplesmente, participarem de organizações populares que conduziram as massas a protestar.

Portanto, a Associação Brasileira dos Advogados do Povo vem a público, repudiar a criminalização dos movimentos populares em Goiânia e em todo o Brasil. A única resposta que os movimentos populares, do campo e da cidade, recebem é mais repressão e violência. Ignoram-se os direitos do povo para criminalizar todos que se organizam contra a ordem social imposta em nosso país!

PELO FIM DE TODOS OS PROCESSOS POLÍTICOS DE GOIÂNIA E TODO O BRASIL!

LUTAR NÃO É CRIME!


 Texto de "frente de luta GO" sobre a manifestação:

"Estivemos na 1ª Manifestação da Frente De Luta Go contra o aumento de 50 centavos na tarifa do transporte público em Goiânia. A danada saltou de R$2,80 para R$3,30 e está entre as 3 mais caras do país. Uma bandeira da Palestina tremulava nas mãos dos manifestantes que caminhavam e cantavam na vanguarda da marcha quando, nas imediações do Terminal da Praça da Bíblia, as bombas brucutus da PM começaram a chover sobre a juventude combativa de Goiânia. Não tardaram as lágrimas nos olhos, a ardência na garganta, a sensação de sufocamento, tudo cortesia desse entulho autoritário que nos legou a Ditadura Militar - a PM - e que viola cotidianamente a liberdade de expressão e manifestação na pólis, atirando bombas tóxicas de (d)efeito moral, em nome da "ordem" e "segurança". Cada bomba de gás lacrimogêneo custa mais de 1.000 reais; cada vez que uma delas explode, é um leito a menos nos hospitais, um computador a menos nas escolas, um indignado a mais pronto a apedrejar o Choque como os palestinos fazem contra os tanques de Israel. Estávamos lá, professores universitários e estudantes, cinegrafistas e jornalistas, punks e Black Blocs, militantes de partidos de esquerda e vendedores de algodão-doce e pipoca, e todos - manifestantes e testemunhas - foram brindados com uma chuva de chemical warfare, cortesia do Marconi, quando chegavam ao terminal. Cof, cof! "Protestar não é crime" e "Pelo direito de livre manifestação" eram algumas das palavras-de-ordem carregadas a desfilar pelas ruas. Entre os gritos entoados em coro estavam: "Se não abaixar, o pau vai quebrar!", e o clássico punk da banda goiana Señores: "Recua, polícia, recua! O poder popular está na rua!" A mídia burguesa pode até armar seu barraco clichê e dizer que está em questão uma guerra entre os vândalos e depredadores, de um lado, e os protetores heroicos da ordem pública, de outro. A Tv Anhanguera, a Globo de Goiás, foi previsivelmente patética em sua reportagem, criminalizadora dos manifestantes e que bate palmas para a truculência policial. Hoje, a juventude radicalizada de Goiânia, empunhando bandeiras vermelhas do MEPR, camisetas do Che Guevara e do Bob Marley, portando dreadlocks e skates, demandava ser ouvida em sua revolta. Às dúzias erguiam os dedos-médios e bradavam impropérios para o helicóptero sinistro da PM que voava baixo ao redor de um abutre solitário. Uma ou outra pedrada foi dada, de fato, no banco Santander da Av. Anhanguera, mas que não passou de um arranhão, que não trará dano sério nenhum à mega-corporação. Aliás, poucos dias após a revelação do escândalo HSBC com os leaks suíços, é mais compreensível do que nunca que a fúria popular - pelo menos dos elementos mais bem-informados sobre as maracutaias de nosso capitalismo global - volte-se contra bancos privados mafiosos. Alguns lixos foram incendiados, algumas toscas barricadas foram improvisadas - amostras do ímpeto combativo de parte dos manifestantes. Um carro da imprensa - do SBT, se não me engano - foi capotado, um sinal de que o conservadorismo, o fascismo e o mandonismo tão comuns na mídia comercial de massas também irá sofrer represálias nas ruas, como ocorreu nas Jornadas de Junho de 2013, caso insista em criminalizar manifestantes e aplaudir quando a PM desce o pau. "Não pago, não pagaria! Transporte público não é mercadoria!", entoou a manifestação diante do Centro de Aulas da UFG (Universidade Federal de Goiás). Na real, é isso: o que está em questão é todo um sistema econômico mafioso, que transforma todos os serviços públicos em mercadoria, que insiste em aplicar a cartilha tucana da Privataria. Os interesses de uma elite de empresários vão prevalecendo sobre os direitos-de-ir-e-vir da massa da população; alguns enchem o rabo com milhões de dólares, que grandes bancos depois ajudam a esconder na Suíça ou sei lá onde, enquanto a gente anda espremido no Eixão, como sardinhas numa lata de ferro tamanho Busão... É um pouco de tudo isto, e muito mais que ainda não tive fôlego de narrar neste texto corrido, o que está documentado neste filme, registrado hoje nas ruas nuas e cruas, editado na correria e urgência Ninja, e que publico a fim de pôr em comum algumas imagens dos agitos políticos que têm tomado o espaço público em Goiânia neste começo de 2015. O doc foi batizado brilhantemente pela Gisele Toassa como "Os Palestinos da Passagem". CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR AO VÍDEO

Na manifestação dessa sexta (20/02) dois estudantes foram detidos. Um deles já teve sua fiança paga e foi liberado. O outro, por decisão familiar, recusou qualquer apoio jurídico ou financeiro que o movimento pudesse oferecer. Ele ainda não foi liberado, e diante dessa posição, ficamos de mãos atadas. Ainda sim continuaremos com a campanha para a arrecadação dos valores necessários (3.900) para fiança de um, e reembolso à família do outro. Quem puder ajudar com qualquer quantia, pode depositar em alguma dessas contas abaixo, ou levar na próxima reunião que será QUARTA-FEIRA, 25/02, as 18:30 no MUSEU ANTROPOLÓGICO."

Contas do SIMSED para contribuições:

BANCO DO BRASIL
Agência 3607-2 conta corrente 43107-9
CAIXA ECONOMICA FEDERAL
Agência 2256 conta 2053-5 operação: 003 









NOTA DE APOIO AO MOVIMENTO FRENTE CONTRA O AUMENTO DA PASSAGEM DO TRANSPORTE COLETIVO ESCRITA EM 2013, NO INÍCIO DAS MANIFESTAÇÕES CONTRA O AUMENTO DA PASSAGEM

A direção do Sindicato Municipal dos Servidores da Educação de Goiânia – SIMSED, manifesta seu apoio a Frente Contra o Aumento da passagem do transporte coletivo de Goiânia e região metropolitana.

Já fazem 4 décadas que as empresas de ônibus, principalmente Rápido Araguaia e HP, exploram inescrupulosamente o transporte coletivo da grande Goiânia. O que deveria ser um direito do cidadão se tornou um serviço de péssima qualidade e muito lucrativo para as empresas. O usuário é transportado em condições piores do que os bois que seguem para o matadouro. Nos ônibus lotados, o usuário se aperta, se machuca, chega atrasado em seus compromissos, etc. Os terminais não suportam o tráfego de pessoas e estão em péssimas condições de higiene. Enfim, uma série de violências cometidas. E quando os usuários se cansam de todas essas injustiças e demonstram sua ira (justa ira como diria o professor Paulo Freire), são chamados pela mídia e pela polícia de baderneiros, vândalos. Muitos veem os manifestantes desta forma porque compreendem a situação pegando a parte pelo todo, a aparência pela essência. “Temos a barriga de pobre e a cabeça de rico”. “Os oprimidos tem dentro de si a visão de mundo dos opressores”, diria Freire novamente.

E os empresários do transporte coletivo, são o quê? Bem feitores, empreendedores, homens de visão? Vejamos. O Grupo Odilon Santos, dono da Rápido Araguaia, é proprietário também dos sorvetes Creme & Mel, Cremyto, Viação Goiânia, Transbrasiliana, Araguarina, água mineral Pura & Leve, Moto For, além de construir edifícios residenciais e de explorar serviços de transporte em países africanos, como Angola. Já a HP, é dona da Pinauto e da Imperial Bebidas, que produz o Goianinho, Tampico, La Fruta entre outros. Isso sem citar o patrimônio físico dos empresários (imóveis, carros, etc). Pergunta: de onde a HP e a Odilon Santos tirou o dinheiro para comprar tantas empresas? À custa do sofrimento diário dos usuários do transporte coletivo. Isso não é VIOLÊNCIA? Não, são as relações capitalistas de mercado, alguém poderia dizer. E o que é o sistema capitalista se não um desfile de horrores e atentados de toda ordem contra a humanidade.

Desde 2008 que o ISS, imposto municipal, e a CMPF, tributo federal, não são mais cobrados das empresas de transporte coletivo da grande Goiânia, mas ainda são computados na composição dos custos para definir o valor da passagem. Os quatro representantes da prefeitura de Goiânia na Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo, incluindo o prefeito, votaram a favor do reajusta da passagem para três reais. Será que o prefeito Paulo Garcia não sabia que o município não estava recolhendo o ISS? A mesma pergunta pode ser feita ao governador Marconi Perillo, pois os dois representantes do estado também votaram a favor do aumento. O fato é que os políticos recebem doações das empresas de ônibus nas campanhas eleitorais.

Assim, os protestos da população não são atos criminosos, ações de violência gratuita como alardeia a grande mídia, governantes e empresários. As ações são repostas ao massacre que os usuários sofrem no transporte coletivo. Se o governo e os empresários querem que a onda de protestos cesse, primeiro precisam respeitar o usuário como cidadão que tem o direito constitucional de ir e vir. Mas por enquanto não estão dispostos a agir assim, pois precisam manter as altas taxas de reprodução do capital. E o que fazem então? Ora, Gramsci já dizia que quando o consenso não dá mais conta de garantir a estabilidade social, as classes dirigentes apelam para a repressão, que venha o braço armado do sistema: Rotam, Choque e mais violência: bombas, tiros, socos, cavalaria. O movimento resiste com utensílios rústicos e artesanais. Se a História servir de exemplo, numa correlação de forças similar, nicaraguenses e vietnamitas expulsaram as tropas yankes de seus países. E isso não é um reles discurso de esquerdistas radicais. O governador do estado de São Paulo Geraldo Alckmin, que, convenhamos, nunca foi um homem de esquerda e não é de fazer protesto, manifestações, assim disse semanas atrás: "o povo não sabe de um décimo do que se passa contra ele, se soubesse ia faltar guilhotina para cortar a cabeça de tanta gente que explora esse sofrido povo brasileiro". Seria apenas demagogia?

Posto isso, a direção do SIMSED apoia os protestos e a luta contra o aumento da passagem da tarifa de ônibus da região metropolitana de Goiânia e saúda a juventude, que está encabeçando a Frente Contra o Aumento, com a sentença de um velho combatente: Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética (Che Guevara).