quarta-feira, 15 de setembro de 2021

DIGAMOS NÃO AS ORDENS INFUNDADAS DA SME!


 

DIGAMOS NÃO AS ORDENS INFUNDADAS DA SME!
 
Saudações companheiras e companheiros!

Não dá mais para seguir cumprindo tudo que a SME tem imposto às e aos professores/as, auxiliares, administrativos e estudantes.

Aos administrativos, permitindo que inúmeras instituições funcionem normalmente na modalidade de retorno com déficit de profissionais, o que inviabiliza o cumprimento dos protocolos de biosegurança.

Impondo às auxiliares, apoio  e professores, remoções arbitrárias e extemporâneas para cobrir déficits, deixando as instituições com o quadro de profissionais deficitário, como no dito popular: "Descobre um santo para cobrir outro".

Uma outra questão, ainda mais grave, são as continuadas "orientações", como  chama a SME, que têm chegado às instituições, uma após a outra, sem nenhuma fundamentação teórico-metodológica. Uma  desrespeitosa invasão da sala de aula, desconsiderando a autonomia, a liberdade de cátedra; total desrespeito à gestão democrática em todos os aspectos e, ainda, sequer são capazes de se reunirem com os/as trabalhadores(as) para ouvir as suas demandas ou mesmo para dialogar sobre os rumos  educacionais na Rede Municipal de Educação de Goiânia.

O Simsed já fez inúmeros pedidos de agenda para expor as angústias da categoria, mas nunca obteve a abertura do diálogo. Ao contrário, fazem questão de se reunirem com o Sintego e outros sindicatos, que historicamente, não se  posicionam em prol dos reais  interesses dos/as trabalhadores/as e, notadamente, isso ocorre geralmente, quando há crescimento da mobilização da categoria. Nessas circunstâncias, abrem a agenda para reunião com os pelegos para "apaziguar " a situação com afirmativas de que estão "resolvendo", estão "dialogando", sempre nesse gerundismo, quando na verdade, não há nenhuma intenção de resolver as demandas da categoria. É apenas uma artimanha para criar expectativas, arrefecer a luta e sem dar justificativas para tais ações absurdas.  

O fato é que, precisamos por um ponto final nessa confusão de mandos e desmandos cotidianos, que além de estarem adoecendo os professores com a  sobrecarga de trabalhos absurdos,  estão deixando de lado o que deveria ser o primordial: o desenvolvimento do processo de alfabetização dos agrupamentos A's e B's, por exemplo.
Qual é o sentido de fazer uma prova de leitura com as turmas B's?
Quem nesta rede não sabe que, devido à pandemia da covid-19, os alunos dos agrupamentos B's não adquiriram o processo de leitura e escrita?
Claro que  muitos pais não levaram suas crianças para essa avaliação. Eles são mais sensatos que a própria SME. Qual é o objetivo de expor as crianças a uma prova para avaliar a aquisição de habilidades que elas, logicamente, não receberam?   
Afinal, qual é  realmente  a necessidade dessas maratonas do conhecimento?
 Com certeza não é para promover o conhecimento. Certamente, é para justificar os milhões pagos à empresa de quem compraram as Plataformas "Conexão Escola" e "AVAH" e outros, ferramentas estas  totalmente desnecessárias e sem sentido algum.
A avaliação deve acontecer dentro do processo de ensino-aprendizagem, e cabe aos professores determinarem as formas e métodos avaliativos.
Companheiros/as, vamos nos posicionar diante dessas situações em nossas instituições e lutar pelo direito à autonomia de atuação em sala de aula!

Outro problema gravíssimo é a notícia de que os/as coordenadores/as pedagógicos/as serão cargo de confiança da direção das instituições.
Mais uma vez a SME age, sorrateiramente, retirando o direito legítimo do coletivo de profissionais de elegerem, democraticamente, o coordenador/a e permitir a participação de todo coletivo nesse processo.
Se aceitarmos essa ingerência, o próximo passo será o fim das eleições para diretores.

Enfim, é urgente que todos nós servidores, tracemos um plano de resistência, inclusive, de não cumprimento dessas ordens arbitrárias. Cumpramos com a nossa tarefa de ensinar os filhos do povo, de acordo com a formação que recebemos em nossas graduações e pós graduações; que os/as diretores/as eleitos/as se sintam sustentados pelo o coletivo e possam exercer o que prevê a LDB, primando por uma gestão democrática. Não tenhamos medo dessa situação. Vamos questionar esses ofícios coletivamente!

Sabemos que o Secretário de Educação e muitos que estão na SME, nem de longe, conhecem a realidade do nosso povo, tão  pouco possuem a formação para tal atividade. Exigimos que a SME apresente fundamentações teórico-metodológicas adequadas para a educação das nossas crianças e adolescentes, caso contrário, não cumpramos essas normas arbitrárias!

Não é possível que tenhamos diante de nós crianças não alfabetizadas ou com defasagem de aprendizagem, devido à ineficiência da Plataforma AVAH, que desde o início discordamos veementemente da sua utilização e, agora, mais uma vez a SME nos obriga a  ficarmos perdendo tempo de trabalho "pintando gráficos", fazendo avaliações, uma atrás da outra, sendo que, neste momento, o essencial é dedicar  todo tempo de aula para minimizar as defasagens e intensificar o trabalho pedagógico de verdade.

Abaixo a ditadura pedagógica na Rede Municipal de Goiânia!

Está na hora de darmos um sonoro NÃO às ordens infundadas da SME