NOTA DE
REPÚDIO À METODOLOGIA ANTIDEMOCRÁTICA E ENGANOSA DA SME NA ELABORAÇÃO DOS
DOCUMENTOS CURRÍCULARES.
O SIMSED
denuncia a metodologia utilizada pela SME na elaboração de sua proposta
curricular, em alinhamento com a BNCC - Base Nacional Comum Curricular. Todo
esse processo, tanto em âmbito nacional como a nível estadual e municipal, tem
por objetivo principal engessar a educação. Estas
“reformas”
curriculares estão completamente alinhadas com as determinações das
políticas neoliberais e possuem a clara intenção de não possibilitar uma
participação verdadeiramente efetiva da comunidade escolar nas discussões sobre
o currículo, prevalecendo uma estrutura já estabelecida de cima para baixo. A consulta
pública promovida pela SME serve apenas para criar um falso discurso de que a sua
construção seguiu critérios democráticos e com uma ampla participação da
sociedade, o que é completamente falso.
No dia 06
de maio ocorreu uma ação da SME que revelou todo caráter não democrático desse
processo. Intitulada como “Dia D da BNCC”, reuniu todos os professores da rede para
supostamente discutirem sobre a Base. Porém, a proposta da Rede foi divulgada apenas
uma semana antes, impossibilitando um estudo anterior sistemático do texto
proposto pela SME e limitando consequentemente o seu debate aprofundado. No “dia
D” não foi oferecido nem mesmo cópias aos professores e esses tiveram que abrir
o documento em seus celulares para fazerem as suas considerações em folhas que
posteriormente foram entregues para os coordenadores e que supostamente serão
incorporadas por uma comissão que ninguém conhece no texto final. Como vemos, a
participação dos professores foi limitada e superficial, não permitindo
discutir profundamente o sentido da Base e nem mesmo a sua aplicabilidade por
áreas, cumprindo apenas uma formalidade para que depois a SME se arrogue como
democrática na construção da BNCC.
Na rede
estadual o processo também foi completamente não democrático. Apenas um grupo
com pouco mais de 10 profissionais representou toda a rede na elaboração das
diretrizes a serem implementadas futuramente em todo o Estado de Goiás para o
currículo de EF. A rapidez desse processo foi absurda. As discussões e os
debates sobre esse documento elaborado consistiu apenas em uma consulta pública,
sendo semelhante ao que ocorreu nacionalmente no início da elaboração do
documento, que apesar da suposta consulta, quase nenhuma das contribuições
foram consideradas no texto final, permanecendo o já estabelecido pelos
burocratas da educação.
Isso
revela que as políticas educacionais estão pautadas no controle,
num "processo democrático" ilusório, que na verdade é um
processo antidemocrático, cujo objetivo visa apenas impossibilitar a reflexão
dos professores sobre o verdadeiro sentindo da BNCC e o seu tecnicismo, principalmente
não permitindo a construção de um espaço para as manifestações contrárias e o
seu questionamento sistemático.
Por esse
motivo o SIMSED repudia e resiste contra essas ações autoritárias,
denunciando essas imposições que claramente são quase impossíveis de realizar e
que visam estabelecer um neotecnicismo pedagógico.
Queremos
uma Educação Democrática em todos os seus aspectos, principalmente no que tange
a sua essência: os norteadores curriculares. Muito nos importa o que será
ensinado e não queremos apenas preencher formulários e rabiscar textos já
estruturados.
Exigimos
o direito de uma participação verdadeiramente e democrática na composição das
propostas curriculares. Exigimos a revogação da BNCC e conclamamos todos os
trabalhadores a lutarem contra todo o projeto neoliberal na educação.
É HORA DE
LUTA! ABAIXO O
NEOTECNICISMO EDUCACIONAL! ABAIXO A BNCC DO BANCO MUNDIAL!