quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

TEXTO: ENTRE A TERRA E O MAR, DESAFIO DOS NAVEGANTES EM MARES HOSTIS.


            Nesta semana ,em um daqueles  momentos de nostalgia revirei meus guardados e comecei a ver fotos do período de faculdade. Me pareceu um momento tão distante principalmente porque colei grau em 2010. Digo que pareceu distante ,pois naquela época o meu olhar sobre a profissão , junto com a as leituras de Freire eram para mim um alento quando eu pensava na questão salarial e no crescimento profissional, afinal de contas  eu acreditava que com essa chama acesa já era o necessário para sobreviver na profissão.
             O mundo ideal não é a nossa realidade , e ao entrar em sala de aula, não me reconheço francamente , como aquela estudante entusiasmada e idealista, eu tinha plena certeza que iria fazer a diferença. O mundo não é  a escola,mas se fosse ,ainda assim não seria tão bonito, pois simplesmente na escola, recebemos os reflexos da total discrepância que existe entre as leituras que fazemos e nossa pratica.
            Antes eu  cria que o motivo de profissionais da educação desmotivados , era fruto talvez de uma escolha profissional impensada, mas francamente hoje vejo que mesmo desmotivados, são todos heróis, capitães que não abandonaram o navio afundando.  tal navio que há muito , foi deixado de lado , ainda navega sim, com muitas avarias , e totalmente sem mantimentos .
             Sua tripulação é abastecida com migalhas, (8 % de aumento salarial) e apontada  nos portos como mendigos( desvalorizados e tratados como incapazes) mesmo assim, esse navio ainda navega. Suas águas são sempre turbulentas,em meios a tempestades e vejam a que ponto chegamos , estamos sendo vitimas de piratas ( sindicatos pelegos). Que a custa de alguns  benefícios querem tomar nossa honra e dignidade.
            Apenas um aviso deve ser feito, essa tripulação ainda vive, e ao fim de minha analise vejo  que ainda sou estudante,hoje mais amadurecida pela experiência, pelas trocas e pela paixão pela profissão. Paixão sim, e essa é a mola propulsora de minha indignação e de uma chama que surgiu no momento mais contraditório.
             O navio não vai afundar  e cabe informar aos piratas, aos negociantes  e a quem quer se beneficiar dessa classe de capitães... ainda temos alguns cachões e estamos dispostos a lutar ate a ultima munição e mesmo quando essa acabar,temos espadas, nossa voz  e nossa imagem.  E se naufragarmos , vai ser com dignidade e cabeça erguida, nos recusamos a ser subjugados.
            Não seremos mais desrespeitados, pois solitários podemos ser apenas um grão de areia,mas juntos podemos  causar um furacão, pois nas palavras sempre proferidas pelo companheiro Valmer , a força de um é a fortaleza de todos.
Adriana Lucia da Silva
pedagoga da Rede Municipal De Goiânia