Nesta semana ,em um daqueles momentos de nostalgia revirei meus guardados
e comecei a ver fotos do período de faculdade. Me pareceu um momento tão
distante principalmente porque colei grau em 2010. Digo que pareceu distante
,pois naquela época o meu olhar sobre a profissão , junto com a as leituras de
Freire eram para mim um alento quando eu pensava na questão salarial e no
crescimento profissional, afinal de contas
eu acreditava que com essa chama acesa já era o necessário para
sobreviver na profissão.
O mundo ideal não é a nossa realidade , e ao
entrar em sala de aula, não me reconheço francamente , como aquela estudante
entusiasmada e idealista, eu tinha plena certeza que iria fazer a diferença. O
mundo não é a escola,mas se fosse ,ainda
assim não seria tão bonito, pois simplesmente na escola, recebemos os reflexos
da total discrepância que existe entre as leituras que fazemos e nossa pratica.
Antes eu cria que o motivo de profissionais da
educação desmotivados , era fruto talvez de uma escolha profissional impensada,
mas francamente hoje vejo que mesmo desmotivados, são todos heróis, capitães
que não abandonaram o navio afundando.
tal navio que há muito , foi deixado de lado , ainda navega sim, com
muitas avarias , e totalmente sem mantimentos .
Sua tripulação é abastecida com migalhas, (8 %
de aumento salarial) e apontada nos
portos como mendigos( desvalorizados e tratados como incapazes) mesmo assim,
esse navio ainda navega. Suas águas são sempre turbulentas,em meios a
tempestades e vejam a que ponto chegamos , estamos sendo vitimas de piratas (
sindicatos pelegos). Que a custa de alguns
benefícios querem tomar nossa honra e dignidade.
Apenas um aviso deve ser feito, essa
tripulação ainda vive, e ao fim de minha analise vejo que ainda sou estudante,hoje mais amadurecida
pela experiência, pelas trocas e pela paixão pela profissão. Paixão sim, e essa
é a mola propulsora de minha indignação e de uma chama que surgiu no momento
mais contraditório.
O navio não vai afundar e cabe informar aos piratas, aos
negociantes e a quem quer se beneficiar
dessa classe de capitães... ainda temos alguns cachões e estamos dispostos a
lutar ate a ultima munição e mesmo quando essa acabar,temos espadas, nossa
voz e nossa imagem. E se naufragarmos , vai ser com dignidade e
cabeça erguida, nos recusamos a ser subjugados.
Não seremos mais desrespeitados,
pois solitários podemos ser apenas um grão de areia,mas juntos podemos causar um furacão, pois nas palavras sempre
proferidas pelo companheiro Valmer , a força de um é a fortaleza de todos.
Adriana
Lucia da Silva
pedagoga
da Rede Municipal De Goiânia